Comitê de Defesa da Revolução Agrária

Comitê de Defesa da Revolução Agrária
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13 de fev. de 2010

Liberdade para os lutadores do povo!

Uma verdadeira onda de perseguições e prisões contra integrantes do MST foi desencadeada com o intuito de intimidar os movimentos sociais.No final da tarde do dia 25 de janeiro, policiais fortemente armados invadiram os acampamentos do MST na região de Iaras-SP e prenderam nove militantes do Movimento que participaram da ocupação da fazenda da multinacional CUTRALE. Além das prisões foram cometidos vários abusos como o confisco de ferramentas e objetos pessoais dos assentados, ameaças e intimidações.Em entrevista a imprensa durante o Fórum Social Mundial, Gilmar Mauro, integrante da coordenação nacional do MST declarou: “Se o Estado brasileiro tomasse a iniciativa, se a Justiça fosse tão ágil para resolver essa situação como foi para prender os militantes do MST, a ocupação nem teria acontecido”. Mauro relatou que os militantes presos foram levados para diferentes presídios, ''numa clara intenção de dispersar todos os militantes, caracterizando uma prisão política''.A fazenda da Cutrale ocupada pelo MST está situada em terra comprovadamente pertencente à União e foram griladas pela multinacional. Por isso, a área é reivindicada há anos pelos sem-terra para reforma agrária. Portanto, a “Justiça” além de não punir a empresa estrangeira por roubar terras públicas, ainda prende os trabalhadores acusados de depredar o patrimônio da multinacional.Ao ocuparem a fazenda, como forma legítima de lutar para que a terra seja devolvida ao povo, os trabalhadores tiveram que retirar parte dos laranjais para o plantio de agricultura familiar, já que a Cutrale é uma empresa de monocultura exportadora.Poucos dias depois das prisões ocorridas em São Paulo, foram presos mais três integrantes do movimento no estado de Santa Catarina, acusados de planejar ocupações na região. Entre eles, o companheiro Altair Lavratti, da coordenação estadual do MST, preso na noite do dia 28 de janeiro quando realizava uma reunião pública em um galpão de reciclagem. A ação da polícia contou com a participação de mais de 30 policiais. Como parte do espetáculo a imprensa chegou, misteriosamente, junto com as viaturas da polícia.Outras duas pessoas também foram presas, sendo que uma delas, Marlene Borges, que está grávida e é presidente da Associação Comunitária Rural, teve a casa cercada durante a madrugada e foi levada para Criciúma. O outro militante, Rui Fernando da Silva Junior, foi levado para a cidade de Laguna. Os três foram soltos apenas no final da tarde do dia 30 de janeiro, depois de grande mobilização do movimento popular.As prisões contra militantes do MST em São Paulo e Santa Catarina são a continuação de uma série de ações promovidas pela grande burguesia com o apoio da grande mídia e do Judiciário, para intimidar e criminalizar aqueles que lutam pela reforma agrária. Como parte desta ofensiva, vemos a divulgação sensacionalista de imagens de integrantes do MST derrubando parte dos laranjais da multinacional Cutrale, a instalação de uma CPI contra o MST e uma série de matérias na televisão.Estas ações mostram que o aparelho repressor que torturou e matou durante os 21 anos de ditadura militar no Brasil está mais ativo do que nunca.

A visita de Hitler ao Brasil.

Em junho de 1919, o diplomata Vinício da Veiga viajou de Berlim a Paris com o objetivo de relatar ao chefe da delegação do Brasil à Conferência de Paz, Epitácio Pessoa, o caso do confisco do estoque de café do estado de São Paulo, armazenado durante a Primeira Guerra Mundial, do qual estivera encarregado na legação do Brasil.Desde que se retirara do extinto II Reich para a Suíça, em maio de 1917, acompanhando o ministro Gurgel do Amaral, Veiga vinha cumprindo uma série de serviços temporários no coração da Europa.

O amigo brasileiro de Hitler!

Designado inicialmente para o consulado-geral de Amsterdã, terminou servindo por oito meses e meio no consulado de Zurique. Depois, trabalhou por um ano na legação de Berna. Foi nessa época, mais precisamente, no mês de fevereiro que recebeu um convite de estudantes latino-americanos para ouvir, na Maison du Peuple, a arenga de um líder italiano chamado Benito Mussolini.Nem poucos em Munique haviam levado a sério a criação, a 5 de janeiro de 1919, do Partido dos Trabalhadores Alemães – uma dissidência do Partido dos Trabalhadores para uma Paz Justa Alemã, fundado um ano antes, em Bremen.A nova agremiação, de cunho direitista, nada tinha, mesmo, de importante para ser observada com seriedade. Tratava-se, enfim, de um agrupamento de menos de 50 militantes, que confundiam o socialismo com o nacionalismo, e a essa mixórdia adicionavam boas doses de anti-semitismo e forte sentimento anti-republicano. Entre seus líderes estava o cabo Hitler, que havia sido agraciado por duas vezes com a Cruz de Ferro alemã durante a Grande Guerra e estava agora incumbido, por seus superiores no Exército, de infiltrar-se nos círculos partidários de Munique. Sua missão: avaliar as inclinações do operariado alemão.A 12 de julho de 1926, o cônsul Vinício da Veiga despediu-se de Praga, iniciando viagem para seu novo posto: o consulado-geral de Munique.Nessa época, a atmosfera das cervejarias muniquenhas continuava carregada de tensão e revanchismo. O esmagamento do golpe de 1923 deixara no ar um sentimento de humilhação.


 Um visto para o Führer?
Foi em uma dessas tavernas escuras, fumacentas e ruidosas que o brasileiro Veiga, de 34 anos, conseguiu ser apresentado a Adolf Hitler, de 37. Eram ambos da mesma geração, mas com origens, experiências de vida – sofrimentos – bastante diferentes.Veiga, um latino-americano humilde, do interior atrasado do Brasil, fascinado pela propaganda acerca da figura heróica do presidente alemão Von Hindenburg, que imaginava as chances de o seu país, um dia, alcançar o grau de desenvolvimento e poderio de uma nação complexa como a Alemanha. Hitler, ''um indivíduo taciturno e triste'' conforme o diplomata descreveria muito mais tarde, marcado pela prisão e pelo fracasso. E, apesar disso, os dois passariam a se encontrar com certa regularidade.O cônsul do Brasil teria a companhia do líder nazista por várias vezes até fevereiro de 1927, quando deixou o posto, removido para o Caribe.Foram sete meses de tanta camaradagem que Veiga chegou a consultar o governo do Rio sobre a possibilidade de conceder um visto temporário a Adolf Hitler, para que ele conhecesse o Brasil.
 Até aonde vão as ligações do Brasil com a Alemanha?

Mesmo considerando a ascendência alemã de Vinício da Veiga, é impressionante que ele tenha se insinuado com tanto sucesso entre os nacional-socialistas e o grupo de intelectuais que os acompanhavam nas tertúlias encharcadas de bebida – e algo deprimentes – das cervejarias escuras de Munique.Veiga conhecia o presidente brasileiro Artur Bernardes e a mulher dele, Sofia – seus conterrâneos da província de Minas Gerais. Mas uma consulta feita pelo Palácio Itamaraty – sede da diplomacia brasileira – ao chefe de missão em Berlim, Guerra Duval, fez o plano do cônsul naufragar.O horizonte comercial do relacionamento entre a República dos Estados Unidos do Brasil e a República de Weimar era promissor. Em 1927, apesar do desconforto causado pela posição do Rio em relação à admissão dos alemães na Liga das Nações, as exportações brasileiras para a Alemanha iriam alcançar os 9,2 milhões de libras esterlinas.A percepção desse potencial exportador convenceria o ministro do Brasil de que não cabia a ele – ou a nenhum de seus auxiliares naquele país –, ou mesmo ao Itamaraty, outro tipo de entendimento com Berlim que não no plano comercial.O presidente Artur Bernardes, então, negou o pedido do cônsul Veiga de um visto para o amigo agitador de Munique.

12 de fev. de 2010

Liberdade de desenvolvimento na sociedade capitalista.


A sociedade industrial moderna impõe uma racionalidade tecnológica, de dominação e opressão em massa, de controle das consciências humanas.O homem que se encontra inserido na sociedade do artificialismo não é livre, ao contrário, é um ser autômato, incapaz de se opor ao sistema do aparato tecnológico.Há uma satisfação das necessidades falsas, que ocasiona a denominada "mecânica do conformismo".A livre escolha entre a larga quantidade de bens e serviços não significa liberdade quando estes bens e serviços mantêm o controle social sobre uma vida de esforços e medo, ou seja, de alienação.A idéia de ''dominação''  dentro da sociedade atual funciona como administração total das necessidades e prazeres, escravizando o homem no trabalho e no lazer, preenchendo o tempo livre dos indivíduos com programações dirigidas, fabricando uma humanidade apta a consumir objetos inúteis, cuja obsolescência fora desejada.A administração da sociedade unidimensional encarrega-se de gerar o bem-estar tanto a Leste quanto a Oeste, tornando ineficazes os protestos tradicionais.Em síntese, a sociedade industrial avançada impõe uma racionalidade tecnológica. Ser bem-sucedido significa adaptar-se ao aparato, ou seja, às instituições, dispositivos e organizações da indústria.Não há lugar para a autonomia humana, para independência de pensamento, nem para o direito de oposição.

9 de fev. de 2010

A REVOLUÇÃO DE FEVEREIRO DE 1917!

A Revolução de 9 fevereiro de 1917 pode ser considerada uma primeira etapa que envolvia o contexto específico da Rússia e da economia mundial da época.  A deposição do poder monárquico russo foi uma demonstração de poder capaz de assinalar a fragilidade do sistema capitalista, principalmente no que tange às conseqüências trazidas por uma guerra mundial feita para se definir de forma brutal o papel econômico das principais potências. A Rússia, que participou dos conflitos da Primeira Guerra Mundial (1918 – 1918), possuía uma extensa população cingida por enorme fosso social. De um lado, havia massa de camponeses sem condições de sobreviver fora da dominação opressora dos grandes proprietários. Do outro, a formação de uma extensa classe de operários explorados por um parque industrial fomentado pela ação de grupos econômicos estrangeiros.Foi nesse quadro específico o Partido Bolchevique conseguiu arregimentar grande parte da população  em torno de um projeto político revolucionário.Dessa forma, o partido bolchevique se formou com a promessa de uma transformação imediata que atenderia a demanda das classes trabalhadoras da nação continental. No âmbito externo, as baixas na Primeira Guerra somente vieram a fortificar o potencial revolucionário ao piorar as condições de uma economia que mal sustentava sua população civil.Nos primeiros meses de 1917 a situação chegara a um ponto completamente insustentável. Diversas lojas de mantimentos começaram a ser saqueadas pela população, os movimentos grevistas foram articulados e uma onda de protestos contra o governo czarista tomava as ruas da capital Petrogrado. As forças repressoras, que já também não reconheciam o poder estabelecido, tomaram parte da derrubada do governo ocorrida em 26 de fevereiro daquele mesmo ano.Pressionado pelo levante popular, o czar Nicolau II abdicou do poder monárquico instaurando uma situação política dúbia no país.Ao mesmo tempo em que o parlamento de maioria burguesa assumiu o novo governo, os sovietes russos começaram a se concentrar na capital na esperança de ter suas reivindicações atendidas. Na época, as organizações trabalhadoras (sovietes) eram ainda dominadas por uma corrente de pensamento reformista favorável a uma transformação gradual.O projeto de ruptura proposto pelos partidários bolcheviques só tomou força no momento em que Lênin retornou  do exílio e publicou as "Teses de Abril''. 

A Obra de Lênin, sempre criticada por Trotsky,  pregava uma reformulação do cenário político ao se opor a uma ordem onde o parlamento seria o instrumento de ação política direta. Em seu discurso, Lênin realizou um quadro ainda mais urgente onde as classes trabalhadoras deveriam ter poder decisório imediato.

REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA-BURGUESA
Ao contrário do que parecia, Lênin não defendia a imposição imediata de um regime de ordem socialista. Em sua perspectiva, a revolução deveria alcançar uma segunda etapa onde os trabalhadores iriam decidir como a recuperação da Rússia iria se elaborar. Os opositores de Lênin diziam que ele forçava uma outra revolução com pretensões de desestabilizar o “novo” governo em ação. No fim das contas, a proposta de Lênin ganhou força frente às medidas do governo da burguesia parlamentar.Em abril de 1917, o governo burguês deu um verdadeiro ''tiro no pé'' ao manter a Rússia nos conflitos da Primeira Guerra. Miliukov, chefe do governo provisório, renunciou ao cargo dando margem para a configuração de um comando partilhado entre burgueses e trabalhadores.


 O novo governo conseguiu conter os levantes populares e reorganizar os exércitos russos. No entanto, a partir de junho, novas derrotas militares somente mostraram a inviabilidade do governo composto por trabalhadores e burgueses.Os protestos se potencializaram com força maior, no entanto, os levantes concentrados na capital não eram suficientes para trazer um novo governo.Os conservadores aproveitaram da situação para tentar excluir os populares do cenário político.Muitos deles passaram a acusar os bolcheviques de serem comprometidos com os interesses dos inimigos de guerra ao propor uma rendição pacífica das tropas russas. Além disso, os conservadores tentaram apoiar um fracassado golpe militar conduzido pelo general Kornilov.


A tentativa de golpe de Estado foi o incidente final e necessário para que a perspectiva política de Lênin tivesse força. Os operários e soldados russos fizeram oposição massiva contra uma nova ordem de governo ditatorial.Os militares começaram a abandonar os campos de batalha da Primeira Guerra, os camponeses intensificaram seus protestos e as idéias de Lênin ganharam maioria dentro dos sovietes. Uma nova revolução se preparava.